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Consciência Negra: O feriado nacional, Itapecuru Mirim e sua importância

Dois momentos na história do município maranhense contribuíram para o reconhecimento desta data

Alberto Júnior
Por: Alberto Júnior Fonte: Da Redação
20/11/2025 às 11h37 Atualizada em 20/11/2025 às 13h02
Consciência Negra: O feriado nacional, Itapecuru Mirim e sua importância
Foto colagem (dir) Negro Cosmo e brasão do Barão de Santa Rosa (esq). Imagem © itapecurunoticias.com

O Dia Nacional da Consciência Negra foi criado em 1971 para lembrar a morte do líder negro Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695. Por este motivo no ano de 2003 foi oficializada no calendário escolar como acontecimento histórico sobre a luta dos povos negros no Brasil.

Em 2011 passou a ser uma data comemorativa em todo o território nacional, reforçando o trabalho do Grupo Palmares na afirmação das contribuições afro quanto à formação da sociedade brasileira.

Finalmente em 21 de dezembro de 2023 foi instituída oficialmente como feriado nacional, através da Lei n° 14.759, criando o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Itapecuru Mirim e sua importância 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Itapecuru Mirim é hoje o 2° maior em número de comunidades remanescentes quilombolas no Brasil (121). Ficando a cidade de Alcântara -MA em primeiro lugar com 121 comunidades e o município de Januária - MG na terceira colocação com 101 localidades.

Na história de Itapecuru Mirim, dois fatos contribuíram para o reconhecimento das ações de comunidades negras como forma de reafirmação dos quilombos.

Imqgem de Negro Cosmo produzida por I.A. após estudos do artista plástico itapecuruense Beto Diniz.

A primeira delas é a resistência e lutas pela liberdade marcados no movimento da Balaiada, que teve um de seus líderes Cosmo Bento das Chagas; o Negro Cosmo. Ele acabou preso pelo então governador da província do Maranhão, Luiz Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, e enforcado em praça pública em Itapecuru Mirim. Hoje no local existe uma praça que leva seu nome, em frente à cadeia pública onde foi encarcerado.

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O outro acontecimento parte das relações dos negros concentrados na fazenda Santa Rosa e seu proprietário, Joaquim Raimundo Nunes Belfort, feito Barão por Decreto Imperial de D. Pedro II a 24 de março de 1883.

Em testamento doou terras de sua propriedade a quem trabalhava nelas, determinando por escrito "deixo para os pretos que me serviram, as terras de minhas últimas lavouras, na segunda légua ao fundo a partir das margens do rio Itapecuru, na fazenda chamada Santa Rosa, em Itapecuru Mirim".

Brasão de armas de Joaquim Raimundo Nunes Belfort, o Barão de Santa Rosa.

O Barão de Santa Rosa já havia libertado seus escravos antes mesmo da Lei Áurea (13 de maio de 1888). Isto fica claro no testamento quando usa a expressão "pretos que me serviram" e não "escravos forros, alforriados" ou mesmo "libertos" neste documento registrado em cartório dez anos depois (1898) da declaração assinada pela Princesa Isabel de Orleans e Bragança.

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Em Itapecuru Mirim o Dia Nacional da Consciência Negra é mais que uma data, é a ratificação da história de um povo que merece ser lembrada ano após ano. E reconhecimento de todas as lutas como pilares de sustentação desta sociedade atual, todos os méritos são mais que merecidos.

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