Na tarde desta terça-feira (1°/10) o Jornal de Itapecuru publicou sua edição do mês de setembro de 2025, que traz na página 7 uma entrevista com o prefeito de Itapecuru Mirim, Fillipe Marreca (PRD).
As declarações do chefe do poder executivo chamaram atenção pelo conteúdo surpreendente e em alguns trechos não correspondendo à realidade do município.
Em outros, o prefeito confunde indicadores com recursos e valores repassados pelo governo federal aos cofres públicos da prefeitura em sua gestão. Como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Ao tratar sobre saúde do município, o prefeito, que é médico de formação, foi enfático em afirmar que é contra a construção de um hospital municipal. Segundo ele, "temos o hospital regional Adélia Matos Fonseca, que estava subutilizado, e estamos reorganizando-o com técnica e gestão adequada ", declarou.
O médico Fillipe Marreca ignora por completo o papel do hospital regional do governo do estado, primordial na ausência de atendimento feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e postos de saúde na sua gestão. A afirmação de um profissional que trabalhou no HRAMF é fora da realidade, visto que o Adélia Matos é superlotado todos os dias justamente pela falta de uma umidade de atendimento 24h na cidade. Acontece o contrário, o HRAMF é hiper utilizado.
Mais à frente, o prefeito afirma que "um novo hospital geraria gastos incompatíveis para o município". Ou seja, um médico classificando a saúde como gasto e não como investimento, algo contraditório e pequeno.
Encarar investimentos em saúde para garantir atendimento de qualidade à população como gasto, despesa, soa mais que estranho. Principalmente vindo de um profissional da saúde.
Atualmente pacientes que precisam de acompanhamento psiquiátrico e psicológico se deslocamento ao município vizinho de Miranda do Norte em busca de atendimento no Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), usuários do programa Tratamento Fora do Domicílio (TFD) denunciam falta de vagas e dificuldade para marcar viagens em busca de especialistas para os quais não há atendimento em Itapecuru Mirim.
Os pacientes de hemodiálise reclamam atraso no pagamento da ajuda de custo, alguns outros buscam procedimento de curativos no município de Matões do Norte. Muitos leitores espantaram-se com o teor da entrevista, especialmente os que necessitam dos Sistema Único de Saúde (SUS) de responsabilidade da prefeitura local.
Já existe uma ordem de serviço para construção do hospital do município de Itapecuru Mirim assinada pelo governo do Estado do Maranhão. Ou seja, a prefeitura entraria apenas com o terreno para as instalações. Não haveria gasto ou investimento dos cofres públicos itapecuruenses. Este fato parece desconhecido do gestor, embora tenha sido amplamente divulgado ainda na gestão do ex-prefeito Benedito Coroba (PSB) nas redes sociais.