No último final de semana circulou em grupos de aplicativos de mensagens do município de Itapecuru Mirim a notícia de suposto ritual satânico realizado em determinado bairro da cidade.
A mensagem apelativa logo chamou atenção da sociedade despertando princípio de apreensão, misturada ao sentimento de revolta de quem lia o conteúdo.
"Vcs souberam da criança de 6anos que foi encontrada ainda com vida, com as unhas arrancadas, o couro cabeludo cortado etcccc... em um ritual satânico em Itapecuru. Sorte que o conselho tutelar e a polícia chegou durante o ritual, os meliantes deram fulga e não foram presos. A criança foi transferida para o socorrão e o estado é grave! Me admira q nenhuma rede de comunicação de Itapecuru está comentando esse crime bárbaro"
A equipe do site itapecurunoticias.com caiu em campo determinada a investigar o que realmente estava acontecendo, dezenas de pessoas enviaram o mesmo texto à redação querendo saber a veracidade daquilo que estavam lendo nos grupos da família, escola, trabalho e principalmente nos de fofocas da cidade.
O primeiro contado foi feito com a assessoria do 28° batalhão de Polícia Militar, sediado no município. Nenhum chamado para ocorrência deste tipo havia sido registrado até o momento da conversa com a reportagem.
Em seguida, com a 2ª Delegacia Regional de Polícia Civil que, também, não tinha registro de qualquer ocorrência com as características descritas na mensagem apresentada.
Por fim, o Conselho Tutelar local atendeu a equipe do portal de notícias e informou que não havia registros de deslocamento dos conselheiros para atender a chamado com denúncia do uso de criança em ritual no município. Na sede nem zona rural.
Foi então que alguém relatou a possibilidade da informação contida no texto ter sido distorcida. Numa cidade vizinha os conselheiros locais foram acionados para resgatar criança que sofria maus tratos, lá chegando encontraram a vítima em condições inadequadas.
Ao avaliarem a situação, perceberam haver ferimentos nas unhas que parecia terem sido arrancadas. A criança foi encaminhada ao hospital da cidade, depois passou por atendimento de saúde em Itapecuru Mirim, na sequência levada para o hospital em São Luís e retornou. Hoje não está mais sob a guarda dos pais e encontra-se em local seguro, recebendo os cuidados exigidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Sobre rituais, retirada de couro cabeludo, fuga, crime bárbaro nada procede. Os Detetives da Notícia estão de olho.