A posição estratégica de Itapecuru Mirim, a pujante produção de açúcar e algodão desde 1622 com a implantação do engenho Itapecuru, de propriedade do português Antônio Muniz Barreiros, e pelo comércio de gado vindo dos estados do Piauí e Ceará; tornaram o lugar de grande importância.
Na história do Brasil e em especial do estado do Maranhão, a cidade tem seu lugar registrado por diversas passagens marcantes. Desde a pré-história, com os fósseis do Amazonsaurus Maranhensis encontrados na cidade em 1991, até os dias atuais.
Nesta data de 28 de julho comemora-se a Adesão do Maranhão à independência do Brasil, praticamente um ano depois de ser proclamada por D. Pedro às margens do riacho do Ipiranga. Porém, uma semana antes, em 20 de julho de 1823, tropas leais à Coroa portuguesa e forças militares de D. Pedro acampavam nos arredores da cidade prontas para a batalha.
Graças às habilidades de um grupo de itapecuruenses, não houve necessidade do derramamento de sangue. Em especial pela desenvoltura do fidalgo José Félix Pereira de Burgos, que chegou a Itapecuru Mirim como oficial de milícia, defensor da causa de Portugal, que mudou de ideia e decidiu-se pela vontade da população como nação independente.
Burgos costurou uma junta governativa provisória em terras itapecuruenses, pondo fim à resistência lusitana no Maranhão. Por reconhecimento a isto, posteriormente foi agraciado com o título de primeiro e único Barão do Itapecuru.
Um episódio histórico, acontecido a 20 de julho de 1823, na vila de Itapecuru, mostra o quanto o povo da minha terra lutou para livrar o Brasil do domínio de Portugal, fato que fez a Junta Governativa do Maranhão, presidida pelo bispo Dom Joaquim de Nazaré a desconhecer a autoridade de D. Pedro, fazendo transmitir para Lisboa o juramento e fidelidade à Constituição Portuguesa.
Enquanto em São Luís, a Junta Governativa concitava o povo a manter-se ao lado de Portugal, em sentido oposto, na vila de Itapecuru, as tropas independentes, sob o comando do alferes Salvador de Oliveira, decidem lutar e proclamar a adesão do Maranhão à Independência do Brasil, no dia 20 de julho, com a eleição de uma Junta Governativa Provisória, a ser integrada por sete membros, sendo quatro representantes da vila de Itapecuru e três de São Luís, ficando assim constituída: Miguel Inácio dos Santos e Bruce, presidente; padre Antônio Pereira Pinto do Lago, secretário; membros, Lourenço de Castro Belfort, José Joaquim Vieira Belfort, Antônio Joaquim Lamagnére Galvão, Fábio Gomes da Silva Belfort e Antônio Raimundo Pereira de Burgos.
O professor Mário Meireles, no seu livro “Dez estudos históricos”, defende a tese de que a Adesão do Maranhão à Independência teria ocorrido efetivamente em Itapecuru no dia 20 de julho, razão pela qual refuta a Lei nº 11, de 6 de maio de 1835, votada pela Assembleia Provincial, que declara feriado no Maranhão o dia 28 de julho, consagrado à comemoração da Adesão da Província à Independência do Brasil, ato confirmado pelo Congresso Estadual, através da Lei 1.092, de 30 de abril de 1923.
*Texto do jornalista Benedito Buzar, extraído do Blog da Jucey Santana.